1. Tirar o cavalo da chuva
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixavam o cavalo ao relento, em frente à casa do anfitrião. Caso a visita fosse demorar, colocavam o animal nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol.
Contudo, o convidado só poderia pôr seu cavalo protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
2. Mudos e fundos
Expressão surgiu das navegações espanholas
Quando se diz que alguém prometeu “mundos e fundos”, é porque essa pessoa fez promessas infundadas ou exageradas.
A origem da expressão remonta às navegações espanholas. Segundo uma antiga promessa que rogava “O Céu pediu estrelas/ O peixe pediu fundura”, os aventureiros tinham uma impressão abissal do mar.
Para eles, a noção de mundo e da fundura do oceano era algo recorrente e trivial no dia a dia – daí o termo com os dois exageros.
Reafirma sobre mundo, o escritor José Alcântara: “Boca do mundo é uma expressão típica da multidão anônima”.
3. Gato por lebre
Até Camões caía nesse tipo de golpe.
Levar gato por lebre é ser enganado, levar algo sem valor acreditando ser bem mais caro. A expressão teve origem em Portugal, onde o “churrasquinho de gato” era bem mais apreciado do que por aqui. Os lusitanos gostavam tanto da carne do pobre bichano que, no século 19, a caçada aos gatos para fins culinários virou moda entre os estudantes de Coimbra
Como a carne do felino era mais barata, algumas estalagens de Portugal e da Espanha serviam gato como se fosse lebre. Era uma prática tão comum que Luís de Camões, no Auto dos Enfatriões, escreveu: “Fantasia de donzela / não há quem como eu as quebre / porque certo cuidam elas / que com palavrinhas belas / nos vendem gato por lebre”